Jo, este texto é muito bom, escuta só...
Se a vivência da alegria é um dos grandes segredos da cura interior, ela precisa ser alimentada, custe o que custar.
Hoje sabemos que existe estreita relação entre notícias ruins--rosto pesado--coração triste--doenças somatizadas.
É importante como os meios de comunicação social estão a serviço de notícias ruins. Os programas jornalísticos e a maioria dos programas de auditório priorizam a desgraça. Até mesmo a previsão do tempo gosta de falar do tempo ruim. Vem frente fria não sei da onde... Poderá chover muito. Tempestade derruba casas...
Se as fotos dos satélites mostram que existe uma pequena possibilidade de chuva durante alguns minutos, a previsão afirma: amanhã, a capital estará parcialmente nublada no final do período, com 15% de chance de uma chuva fraca! Ora, 15% é 85% de sol, mas isso não interessa. Aí, o que é pior, não nos preparamos para perceber a beleza e a utilidade da chuva.
Rubem Alves diz que gosta de ver a chuva que vem vindo. É maravilhoso contemplar a chuva suave... É bom tomar chuva. Dançando na Chuva... Filmes mostram o romantismo de um casal que se encontra depois da chuva. O cheiro bom que a chuva deixa na poeira da estrada. Como é bom sentir o cheiro da chuva! A natureza brinca com a chuva. As aves cantam. Os patos nadam com alegria. Os gansos de Bethânia fazem festa quando chove. E nós?
E quando os meios de comunicação falam de alegria, a única coisa que não existe é a verdadeira alegria. Confunde-se euforia com alegria, escracho com brincadeiras. A única coisa que faz rir tem de ser a desgraça dos outros. As pegadinhas da TV são um contínuo e monótono atentado à integridade moral de cada um de nós. Se não houver alguém sendo ridicularizado, ninguém ri. A desgraça serve até mesmo para alimentar o humor. Um humor alimentado pela desgraça não tem nada de alegria.
As piadas são cada vez mais prostituidoras do coração. Só conseguir fazer rir a piada que tenha palavrões, preconceitos raciais ou sexuais e pornografia gritante.
As comédias perderam a pureza do Gordo e do Magro ou dos Três Patetas, ou mesmo do Chaves. Coisas simples, cotidianas. A troca de um pneu de automóvel era enredo suficiente para brincar durante quase uma hora. Um cano entupido ou uma máquina que não funcionava. O presente de aniversário de alguém ou até um velório. Situações do dia-a-dia se transformavam em grandes e alegres comédias.
As músicas que fazem sucesso precisam falar de traição, infidelidade, adultério, brigas, desgraças... a tragédia ganha espaço privilegiado no coração da humanidade. Tragédia e calamidade são as duas grandes fontes de notícias e, pior ainda, são as que mais dão audiência nos canais de televisão.
Com esse alimento não existe coração que resista à tristeza que o mundo é especialista em produzir. Logo, se queremos viver na alegria, precisamos eliminar de nosso coração tudo aquilo que nos intoxica com a tristeza e a melancolia e alimentar nosso coração com aquilo que vem de Deus.
A música é sem dúvida um grande e poderoso alimento para o coração. A música pode ser um lindo instrumento de cura interior, como pode ser uma arma na mão do encardido para nos roubar a alegria verdadeira. Na bíblia temos a beleza curadora dos SALMOS, hinos que devem ser cantados inclusive com acompanhamento de instrumentos apropriados. Jesus cantava os salmos (Mt 26,30). Maria tem seu Magnificat, é a linda cantora dos salmos. Logo, se queremos viver a graça da cura interior, precisamos de uma trilha sonora que nos cure e fortaleça.
O mundo sabe aproveitar-se muito bem da força das canções. Não existe nenhum filme ou novela, ou mesmo um comercial de televisão, que não se preocupe em encontrar a música ideal, aquela que vai ajudar a fixar as idéias centrais. Actualmente, criam-se músicas para atormentar o espírito, espalhar o ódio, reforçar a pornografia, estimular as infidelidades, e até músicas dedicadas aos demónios. Com isso, a própria arte vai sendo deixada de lado...
(Amanhã continuo, cara Jo!)
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