"Um coração tranquilo é a vida do corpo."
(Prov. 14,30)
"É por isso que não desfalecemos.
Ainda que, exteriormente
se desconjunte nosso homem exterior,
nosso interior renova-se dia-a-dia".
(2cor.4,16)
(2cor.4,16)
Grande sabedoria, por certo,
saber aceitar a vida como ela é,
como Deus a quer para nós.
Mas a aceitação,
como todas as virtudes,
requer prática, exercício, hábito.
A aceitação é o sim constante
a vontade do Pai,
de que Jesus é o grande modelo.
E, é a sabedoria, porque o Pai
sabe sempre o que é melhor para nós.
A vida tem seu ritmo,
e não o podemos alterar.
Tem seu ritmo, como todo o universo,
como todas as coisas belas da natureza,
como nosso próprio corpo.
E a harmonia,
que é paz e permite a continuidade,
está no ritmo
que o Criador dispôs e ordenou.
É prudente e sábio,
e é feliz, aquele que aceita o fato
de que a vida é um processo,
que a ele se adapta,
e com ele colabora graciosamente,
sem lhe querer alterar as leis.
É feliz aquele que compreende
que cada idade tem o seu encanto,
as suas vantagens,
e sabe deles tirar proveito.
É grande sabedoria
sermos aquilo que somos,
no momento particular da vida
em que nos encontramos.
Do contrário,
estamos fora da verdade
e falseando a nossa existência.
Que proveito pode haver nisso?
A sabedoria da aceitação
nos levará, em primeiro lugar,
a nos aceitarmos a nós mesmos,
com as inevitáveis limitações
que traz a longa vida,
limitações físicas,
...mentais, ...de ordem afetiva.
Nunca porém,
limitações de ordem espiritual.
O contato com o mundo que nos cerca
pode tornar-se mais difícil,
por razões de ordem múltipla,
mas os horizontes
do nosso mundo interior
devem ir se alargando ao infinito.
À medida que os anos
nos vão destituindo de energias físicas e
de alacridade para o trabalho:
"É o Senhor retomando o que é seu!"
Se compreendêssemos bem
que nada é nosso,
mas, que tudo
é emprestimo de Deus,
custar-nos-ia bem menos
devolver-lhe o que é seu.
Talvez tenhamos repetido:
"Tomai, Senhor e recebei,
toda a minha liberdade,
a minha memória,
o meu entendimento
e a minha vontade.
Tudo quanto tenho e possuo
vós mo destes,
eu vo-lo restituo.
Dai-me somente
o vosso amor e a vossa graça.
Serei bastante rico
e nada mais desejo."
Os anos
nos fornecem a oportunidade de provar
a sinceridade de nossos protestos.
Seriam apenas palavras?
Aceitando as nossas limitações,
talvez tenhamos de aceitar o fato
da nossa dependência
sob várias formas,
que nos pode ser custosa.
Aqui ainda,
os preciosos bens adquiridos
da humildade e simplicidade
nos ajudarão muito a aceitá-la,
se for o caso,
com dignidade e sem mágoa.
O hábito do auto-domínio,
ou melhor,
a posse desse fruto
cultivado em nós
ao longo da vida,
nos ajudará, então,
a praticar a regra de ouro
do silêncio.
Como a vida se facilita para todos
se os mais idosos
se abstêm das queixas constantes,
das lamentações, das incriminações,
das manifestações do egoísmo,
do envolvimento em atritos familiares,
da indevida proteção dos menores,
e de tantas outras coisas,
que são obras da natureza,
onde não superabundou a graça.
A sabedoria da aceitação
nos levará ainda a admitir
com fraqueza e bonomia
QUE JÁ VIVEMOS MUITO.
Como são ridículos,
nos homens e nas mulheres,
mas sobretudo nestas,
os subterfúgios
para esconder a idade,
isto é,
para viver fora da realidade.
Chega a fazer pena
a falta de visão de tantas pessoas
que só se enganam a si,
quando pensam
enganar os outros.
Como desconhecem
a beleza real
e insubstituível da sua idade!
Dizem os ingleses que
a mulher
tem a idade que parece ter,
e os homens
a com que se sentem.
Voce concorda com isso?
Nós não concordamos.
Há para todos
uma idade psicológica,
que nada tem a ver
com a idade biológica,
nem com as aparências,
mas, que pode contribuir
para as afetar.
Não importam os anos,
a atitude psicológica
de aceitação esclarecida e otimista
é sempre fator de saúde
física e mental.
Essa atitude
faria dispensar obras sociais
e a preocupação com estruturas sociais
para muitas pessoas de idade.
É evidente que
elas serão sempre necessárias,
mas, em muitos casos,
não serão meios de felicidade,
mas apenas,
de relativo bem-estar.
"Quem não encontra
a felicidade em si mesmo,
inútil é procurá-la
em outra parte."
Preferimos chamá-la
de serenidade.
E há motivos de sobra
para encontrá-la em nós,
em qualquer idade,
a qualquer tempo.
Aqui ainda, os preciosos bens adquiridos da humildade e da simplicidade nos ajudarão muito a aceitá-la, se for o caso, com dignidade e sem mágoa.
R128n/cdd-242
scm/...-.-.--
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