quinta-feira, 1 de novembro de 2007

UM CORAÇÃO TRANQUILO



"Um coração tranquilo é a vida do corpo."


(Prov. 14,30)


"É por isso que não desfalecemos.


Ainda que, exteriormente


se desconjunte nosso homem exterior,


nosso interior renova-se dia-a-dia".
(2cor.4,16)












Grande sabedoria, por certo,






saber aceitar a vida como ela é,






como Deus a quer para nós.






Mas a aceitação,






como todas as virtudes,






requer prática, exercício, hábito.






A aceitação é o sim constante




a vontade do Pai,




de que Jesus é o grande modelo.




E, é a sabedoria, porque o Pai




sabe sempre o que é melhor para nós.










A vida tem seu ritmo,




e não o podemos alterar.




Tem seu ritmo, como todo o universo,




como todas as coisas belas da natureza,




como nosso próprio corpo.




E a harmonia,




que é paz e permite a continuidade,




está no ritmo




que o Criador dispôs e ordenou.




É prudente e sábio,




e é feliz, aquele que aceita o fato




de que a vida é um processo,




que a ele se adapta,




e com ele colabora graciosamente,




sem lhe querer alterar as leis.










É feliz aquele que compreende




que cada idade tem o seu encanto,




as suas vantagens,




e sabe deles tirar proveito.




É grande sabedoria




sermos aquilo que somos,




no momento particular da vida




em que nos encontramos.




Do contrário,





estamos fora da verdade




e falseando a nossa existência.




Que proveito pode haver nisso?







A sabedoria da aceitação





nos levará, em primeiro lugar,




a nos aceitarmos a nós mesmos,




com as inevitáveis limitações




que traz a longa vida,





limitações físicas,




...mentais, ...de ordem afetiva.




Nunca porém,




limitações de ordem espiritual.




O contato com o mundo que nos cerca




pode tornar-se mais difícil,




por razões de ordem múltipla,




mas os horizontes





do nosso mundo interior




devem ir se alargando ao infinito.







À medida que os anos





nos vão destituindo de energias físicas e





de alacridade para o trabalho:




"É o Senhor retomando o que é seu!"




Se compreendêssemos bem





que nada é nosso,




mas, que tudo





é emprestimo de Deus,




custar-nos-ia bem menos





devolver-lhe o que é seu.




Talvez tenhamos repetido:




"Tomai, Senhor e recebei,




toda a minha liberdade,





a minha memória,




o meu entendimento





e a minha vontade.




Tudo quanto tenho e possuo





vós mo destes,




eu vo-lo restituo.




Dai-me somente





o vosso amor e a vossa graça.




Serei bastante rico





e nada mais desejo."







Os anos





nos fornecem a oportunidade de provar




a sinceridade de nossos protestos.




Seriam apenas palavras?







Aceitando as nossas limitações,




talvez tenhamos de aceitar o fato





da nossa dependência




sob várias formas,





que nos pode ser custosa.




Aqui ainda,





os preciosos bens adquiridos





da humildade e simplicidade





nos ajudarão muito a aceitá-la,





se for o caso,





com dignidade e sem mágoa.







O hábito do auto-domínio,





ou melhor,





a posse desse fruto





cultivado em nós





ao longo da vida,




nos ajudará, então,





a praticar a regra de ouro





do silêncio.




Como a vida se facilita para todos





se os mais idosos





se abstêm das queixas constantes,





das lamentações, das incriminações,





das manifestações do egoísmo,




do envolvimento em atritos familiares,




da indevida proteção dos menores,




e de tantas outras coisas,




que são obras da natureza,




onde não superabundou a graça.







A sabedoria da aceitação





nos levará ainda a admitir





com fraqueza e bonomia




QUE JÁ VIVEMOS MUITO.




Como são ridículos,





nos homens e nas mulheres,




mas sobretudo nestas,




os subterfúgios





para esconder a idade,





isto é,




para viver fora da realidade.




Chega a fazer pena





a falta de visão de tantas pessoas




que só se enganam a si,




quando pensam





enganar os outros.




Como desconhecem





a beleza real





e insubstituível da sua idade!





Dizem os ingleses que




a mulher





tem a idade que parece ter,




e os homens





a com que se sentem.




Voce concorda com isso?




Nós não concordamos.




Há para todos





uma idade psicológica,




que nada tem a ver





com a idade biológica,




nem com as aparências,




mas, que pode contribuir






para as afetar.




Não importam os anos,




a atitude psicológica





de aceitação esclarecida e otimista





é sempre fator de saúde





física e mental.





Essa atitude





faria dispensar obras sociais





e a preocupação com estruturas sociais





para muitas pessoas de idade.




É evidente que





elas serão sempre necessárias,




mas, em muitos casos,




não serão meios de felicidade,




mas apenas,





de relativo bem-estar.




"Quem não encontra





a felicidade em si mesmo,




inútil é procurá-la





em outra parte."




Preferimos chamá-la





de serenidade.




E há motivos de sobra





para encontrá-la em nós,




em qualquer idade,





a qualquer tempo.







Aqui ainda, os preciosos bens adquiridos da humildade e da simplicidade nos ajudarão muito a aceitá-la, se for o caso, com dignidade e sem mágoa.




R128n/cdd-242




scm/...-.-.--